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IVAN PAULO DA SILVA (MAESTRO CARIOCA)

 

 

MAESTRO

 

Ivan Paulo da Silva, internacionalmente conhecido como Maestro Carioca, foi um músico extraordinário, nascido na ainda bucólica Taubaté/SP, aos 19 de dezembro de 1910, sendo filho de Eleutério Paulo da Silva e de Cândida Pereira da Silva.

 

A ENCANTADORA TAUBATÉ, BERÇO DE GRANDES ARTISTAS.

 

Prestes a completar dezenove anos resolveu seguir carreira militar, alistando-se em 18 de maio de 1929 na Força Pública do Estado de São Paulo, atual Polícia Militar, nela permanecendo até 1934. Prestando serviços no Corpo Musical dessa Corporação na Capital Paulista, estudou com os maestros Antão Fernandes e Antonio Barbarisco, formando-se em fuga, harmonia e contraponto.

 

O ALISTAMENTO NA GLORIOSA FORÇA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO.

 

Em 1935, sendo possuidor de dons artísticos excepcionais, envereda-se para a arte musical, destacando-se um notável músico, integrando as mais belas orquestras paulistanas como as de Colúmbia, Otto Wey, José Nicolini, Irmãos Cópia, Luiz Argento e Orlando Ferri, além de brilhante passagem pela Rádio Nacional de São Paulo. Em 1937, como trombonista da orquestra de Léo Peracchi participa pela primeira vez na gravação da música "Gorro de Meia" ao acompanhar o ator, cantor, compositor e radialista brasileiro Silvino Neto, pai do humorista Paulo Silvino. Em 1938, empreendendo nova excursão por Uruguai e Argentina atua com Jardel Jércolis, pai de Jardel Filho, trabalhando em Teatro de Revistas.  Nesse mesmo ano integra a Orquestra Fon-Fon, atuando como trombone hot, acabando por fixar residência com sua família na antiga Capital Federal, Rio de Janeiro, onde se aprimora ao receber ensinamentos com o Maestro Paulo Silva.

Integrou a geração de músicos que, naquela época, traçou os caminhos da música orquestral do Brasil. Inicialmente foi parte integrante da Orquestra Fon-Fon, do sempre saudoso maestro Otaviano de Assis Romeiro, e, nesse mesmo ano grava nos estúdios da Rádio Tupi a maravilhosa música "A voz do violão", interpretada pelo nada menos "rei da voz" Francisco Alves".

Foi maestro compositor, arranjador e instrumentista, dentre as várias determinantes de um músico de escol. Regeu as mais importantes orquestras nas emissoras cariocas, Nacional (1943) onde fundou sua Orquestra All Stars, Tupi (1944/1952) e Mayrink Veiga (1954/1956 e 1958/1963), além da Orquestra do Copacabana Pálace. Gravou, entre outras participações com sua orquestra em 15/08/1949, o famoso choro "Apanhei-te cavaquinho" de Ernesto Nazaré. Em 1964 gravou com sua orquestra o álbum "Samba...Oba" com doze músicas inesquecíveis como "Boato", "Chega de saudade", "Samba de uma nota só", "Nega", "Desafinado", "Não tenho lágrimas", "A felicidade", "Chora cavaquinho", "Aquarela do Brasil", "Agora é cinza", "O orvalho vem caindo" e "Se acaso você chegasse", verdadeiras pérolas da música popular brasileira. É autor de várias composições magníficas, dentre elas a de maior sucesso “Voltei ao meu lugar” (choro) uma maravilha de obra.

 

                    

AS PARTITURAS INÉDITAS DE SEU GRANDE SUCESSO: VOLTEI AO MEU LUGAR.

 

 

ORQUESTRA TUPI DO RIO DE JANEIRO EM 1952.

 

Da esquerda para a direita, vemos os saxofonistas Januário, Paschoal de Barros, Zézinho e Valter; Atrás, os trombonistas Norato e João; Ao fundo, à esquerda, o pianista Paulinho, seguidos dos percussionistas Cutia e Carrapicho, do baterista Sut e do baixista Américo.

Ainda nesse mesmo ano teve a proeza de lançar seu novo álbum "Rio Quatrocentão", talvez, sua maior pérola. Com a aproximação do aniversário de fundação da Cidade Maravilhosa em 1º de março de 1965, quando completaria 400 anos, teve destaque de seu trabalho inserido nos grandes veículos de comunicação, dentre eles, o Correio da Manhã, em sua edição de domingo, 07 de junho de 1964, assim se manifestando: "... A nova e esplêndida Orquestra da Guanabara, sob a direção e com os arranjos do maestro Ivan Paulo da Silva, o popular Carioca, este, ao nosso entender, um dos trabalhos de maior expressão musical de sua carreira. A seleção que integra o Lp é a melhor possível, reunindo composições de autores novos e veteranos, sob vestimentas, as mais arrojadas dentro da técnica de instrumentação: "Rio de Janeiro" do saudoso Ary Barroso, "Copacabana" de João de Barro e Alberto Ribeiro, "Morro de Santa Tereza" de Grande Otelo e Herivelto Martins, "Rio Quatrocentão" de Raul Sampaio e Benil Santos, dentre outras. Disco acondicionado em luxuoso álbum, fartamente ilustrado de belas fotos da "Cidade Maravilhosa", além de um libreto redigido por Sérgio Porto.

 

  

 

 

 

É dele a façanha de descobrir o então jovem e talentoso Raul de Barros, considerado por muitos como um dos maiores trombonistas brasileiros e de encaminhá-lo à Rádio Tupi do Rio de Janeiro. Convidado que foi pelo Presidente Getúlio Dornelles Vargas para criar o prefixo do noticiário radiofônico Repórter Esso “o primeiro a dar as últimas”, assim procedeu de forma fantástica, noticiário esse que adentrava aos lares brasileiros com as notícias mais sensacionalistas e de última hora nas décadas de 40, 50 e 60. Com execução dele próprio no trombone, com Luciano Perrone na bateria e com Francisco Sérgio e Marino Pissiani nos pistons estava criada a introdução mais famosa do grande noticiário radiofônico brasileiro, com a apresentação de seu locutor Heron Domingues o qual teve seu início em 28 de agosto de 1941 e seu encerramento em 31 de dezembro de 1968, respectivamente em plena 2ª Guerra Mundial e em pleno Regime Militar. Esse slogan para os saudosistas representa "uma saudade danada e sem fim".

 

 

O PREFIXO DO REPÓRTER ESSO CRIADO PELO "CARIOCA" DE TAUBATÉ.

 

Teve a grande honra em sua vida artística de fazer dueto de trombones com o maestro Tommy Dorsey durante sua visita ao Brasil, bem como, teve o privilégio e a oportuna lembrança de ser indicado a inserir e simplificar as partituras nas famosas calçadas musicais do bairro de Vila Isabel, no Rio de Janeiro, berço de grandes artistas, dentre eles, o eterno Noel Rosa, assim procedendo de maneira magistral. 

 

                                                                                                                  AS PARTITURAS NAS CALÇADAS DE VILA ISABEL.

 

Dentre suas atividades exerceu as de Diretor Musical da Rádio Tupi do Rio de Janeiro na década de 50, foi fundador da Ordem dos Músicos do Brasil, sendo  filiado ao Sindicato dos Compositores Musicais do Rio de Janeiro com a matrícula nº 517, cujo presidente do referido sindicato à época era Herivelto Martins e sócio efetivo da Sociedade Brasileira de Autores, Compositores e  Autores de Músicas - SBACEM.

 

COMO FUNDADOR DA ORDEM DOS MÚSICOS.

 

Maestro Ivan Paulo da Silva faria parte daquele seleto grupo de jurados juntamente com Alceu Bocchino, Ary Vasconcelos, Bibi Ferreira, Billy Blanco, Carlos Lemos, Donatello Grieco, Eli Halfoun, Eneida Costa Martins, Isaac Karabtchevisk, Justino Martins, Nilo Scalzo, Paulo Mendes Campos, Ricardo Cravo Albin e Ziraldo, na memorável noite de 29 de setembro de 1968, quando da realização do III Festival Internacional da Canção, no Maracanãzinho, onde cerca de 20 a 30 mil pessoas vaiariam de forma absoluta o resultado final, apontando "Prá não dizer que não falei das flores" como segundo colocada. Naquela ocasião "Sabiá", interpretada por Cynara e Cybele, composta por Ton Jobim e Chico Buarque fora a escolhida.

Como grande músico que foi e sendo considerado um maestro de "primeira grandeza", atuou de maneira brilhante junto a grandes artistas como Altemar Dutra e Jerry Adriani, na extinta TV Tupi.

 

                                         

 COM SUA ORQUESTRA, REGENDO ALTEMAR DUTRA E JERRY ADRIANI.

 

              

EM 1985, REGENDO SUA ORQUESTRA.

 

Ivan Paulo da Silva (Maestro Carioca) foi casado em primeiras núpcias com Derna Paulo da Silva com quem teve três filhos, Ivanova Paulo da Silva (falecida), Ivanizete Paulo da Silva e Ivanovich Paulo da Silva (falecido), e em segunda união, já viúvo, com Judith Tomazini Soares, com quem não teve filhos. Ivanovich, grande maestro, arranjador e compositor, está radicado no Rio de Janeiro, sendo o preferido dos grandes nomes da música popular brasileira, estando inserido no contexto do Dicionário Cravo Albin como um dos maiores arranjadores existentes até nossos  dias. 

Ivan Paulo da  Silva  faleceu  aos 11 de abril de 1991 no Rio de Janeiro, aos 81 anos e foi sepultado dia 12, uma sexta-feira de outono, no Cemitério São Francisco Xavier, também conhecido como Cemitério do Caju, à Quadra 73-A, Sepultura 1399, onde ali, admiradores, artistas, parentes e amigos, foram prestar a última homenagem àquele que, durante toda sua vida, soube como ninguém transmitir a todos a arte maravilhosa que Deus nos deixou: a música.

A Rede Globo de Televisão, através da equipe de reportagem de seu noticiário Globo Cidade esteve presente ao seu funeral. A presente homenagem que se lhe presta é para torná-lo perene no rol dos grandes músicos brasileiros, perpetuá-lo dentre os grandes compositores do nosso país e divulgá-lo como filho querido de Taubaté. E, como preito de gratidão, Taubaté, Capital Nacional da Literatura Infantil, cidade que o recebeu de braços abertos e com as bênçãos divinas no crepúsculo da primavera do dia 19 de dezembro de 1910, homenageou-o através da Lei nº 4681, de 04 de julho de 2012, com o nome de uma de suas ruas, a atual Rua "E" do Loteamento Vista Alegre, passando a denominar-se "Rua Ivan Paulo da Silva (Maestro Carioca) - Compositor". 

 

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       UMA CARREIRA ARTÍSTICA DIGNA DE UM GRANDE MAESTRO.

 

Começou a carreira artística em 1938, no Rio de Janeiro atuando como "trombone hot" na orquestra de Fon-Fon. Anos depois fundou na Rádio Nacional a Orquestra All Stars a qual passou a dirigir a partir de 1945. Escreveu arranjos e dirigiu inúmeras gravações em diversas gravadoras, entre as quais, a RCA Victor, a Rádio e a Musidisc.

Em 1943, estreou na Rádio Nacional com sua orquestra, passando depois a atuar na Rádio Tupi. Em 1944, escreveu o prefixo para o noticioso Repórter Esso apresentado na Rádio Nacional pelo locutor Heron Domingues. Esse prefixo era executado pelo próprio maestro no trombone, Luciano Perrone na bateria, e Francisco Sergi e Marino Pissiani nos pistons. Foi durante anos integrante da Orquestra da Rádio Nacional. Ainda na Rádio Nacional fez duelo de trombones com o maestro norte americano Tommy Dorsey quando da visita deste ao Brasil.

Contratado pela gravadora Odeon em 1945, acompanhou com sua orquestra a gravação da valsa "Minha crença", de Horondino Silva e Del Loro, e do samba "Tudo é possível", de Cícero Nunes e Aldo Cabral, na voz de Orlando Silva. Gravou com sua orquestra em 1947, os choros "Nenê" e "Tenebroso", de Ernesto Nazareth. Em 1948, acompanhou na Continental o cantor Nilo Sérgio na gravação do fox-trot "Beguin the beguine", de Cole Porter, e do fox "Je vous aime", de S. Coslow; e a cantora Dircinha Batista na gravação do sambas "Icaraí", de Célio Ferreira e Raimundo Flores, e "Humilhação", de Peterpan. Em 1949, gravou com sua orquestra os choros "Pintassilgo apaixonado", de Lina Pesce; "Gostosão", de Mário Amorim, e "Apanhei-te cavaquinho", de Ernesto Nazareth, e o samba "Linda flor", de Henrique Vogeler.

Ainda em 1949, gravou com sua orquestra e o grupo vocal Garotos da Lua e a cantora Safira o bolero "Um pouquinho de amor", deJ. Gutirres, e o fox "O mar (Le mer)", de C. Trenet, ambas com versos de Haroldo Barbosa. Ainda no mesmo ano, acompanhou com sua orquestra na Odeon a cantora Dircinha Batista na gravação do bolero "Fica comigo", de Mário Rossi e Marino Pinto; dos sambas "Minha saudade", de Pernambuco e Marino Pinto, e "Café requentado", de Marino Pinto e Mário Rossi; do samba-canção "Seremos três", de Cristóvão de Alencar e Valdemar de Abreu, o Dunga; e da marcha "Charrete macia" e da batucada "A coroa do rei", as duas últimas de Haroldo Lobo e David Nasser. Nesse mesmo ano, acompanhou com sua orquestra na Star o cantor Onéssimo Gomes na gravação dos sambas "Violão", de Vitório Junior e Wilson Ferreira, e "Enfermeira", de Edgar Nunes e Zeca do Pandeiro.

Em 1950, gravou em ritmo de samba com arranjos seus, a canção "Casinha pequenina", de domínio público, e o choro "Zangado", de José Toledo; com sua orquestra e vocal de Dircinha Batista, o samba "Na Baixa do Sapateiro", de Ary Barroso, e o choro "Recordar é viver", de Freire Jr. No mesmo ano, gravou ainda os choros "Limoeiro do norte", de Porfírio Costa, e "Escalando", de Cipó. Para o carnaval de 1951, gravou os frevos "Zezinho no frevo", de Geraldo Medeiros, e "Pois sim", de Guio de Moraes. Ainda em 1951, gravou com sua orquestra e vocal de Jamelão a canção "Casinha da colina", de Luiz Peixoto e Pedro de Sá Pereira, adaptada em ritmo de choro, e o choro "Voltei ao meu lugar", de sua autoria.

Gravou ainda no mesmo ano, a batucada "Cai, cai", de Roberto Martins, o choro "Maria Madalena", de Porfírio Costa, e os frevos "Prova de fogo", de Geraldo Medeiros, e "Vou ficar em Pernambuco", de Genival Macedo, este último com vocal de Alcides Gerardi. Gravou também os choros "Cambucá", de Pascoal Barros, e "Lágrimas de virgem", de Luiz Americano, que contaram com solos de sax-tenor do Maestro Cipó. Ingressou depois na gravadora Sinter onde registrou com sua orquestra a guarânia "Índia", de José A. Flores e O. Guerrero, em arranjo para samba, e o samba "Nem eu", de Dorival Caymmi.

Em 1953, acompanhou com sua orquestra na Sinter o cantor Jamelão na gravação dos sambas "Seu deputado", de Átila Nunes e Alcebíades Nogueira, "Voltei ao meu lugar", de sua autoria e Del Loro, e "A cegonha mandou", de João Mabiel, e do choro "Alta noite", de Astor Silva e Del Loro. Em 1954, gravou com sua Orquestra o mambo "Maria Candelária", de sua autoria e J. Sandoval, e o choro "Vamos com calma", de sua autoria. É também de sua autoria a beleza do choro "Dono de Ninguém", mais tarde interpretada por Ademilsde Fonseca, "A Rainha do Choro" a quem confiou sua gravação. No mesmo ano, acompanhou com seu conjunto ao grupo Garotos da Lua na gravação da valsa "O homem do trapézio", de O' Keefe e R. Sinatra, com versão de Haroldo Baroso, e do samba "Feitiço da Vila", de Noel Rosa e Vadico.

Em 1955, gravou com sua orquestra o "Mambo do turfe", de Getúlio Macedo e Oscar Maneck,e o baião "Que amargura", de A. Pernas, A. Cetinic e Juvenal Fernandes. Em 1956, participou do LP "Vamos dançar - Vol. 1" do selo Fantasia/Philips, uma coletânea de fonogramas da gravadora Sinter/Philips e que incluiu duas gravações de sua orquestra: "Maria Candelária", de sua autoria e J. Sandoval, com vocal de El Cubanito, e "Mambo do turfe", de Getúlio Macedo e Oscar Maneck. Contratado pelo selo Rádio lançou em 1958 o LP "Orquestra de baile - Carioca e Sua Orquestra" interpretando sucessos da música popular brasileira como "Samba no Arpege", de Waldir Calmon; "Apito no samba", de Luis Bandeira; "Pinguinho de gente", de Altamiro Carrilho; "Torcida organizada", de Gordurinha; "Não troquemos de mal", de Rubens Leal Brito e Jorge Faraj; "Conversa de botequim", de Noel Rosa e Vadico; "Joãozinho Boa Pinta", de Haroldo Barbosa e Geraldo Jacques, e "Ginga das palmas", de sua autoria, além dos clássicos internacionais "Alexander's Ragtime Band", de Irving Berling; "Bernardine", de J. Mercer; "I had the craziest dream", de H. Warren e M. Gordon, e "Fascinação", de F. D. Marchetti.

No mesmo ano, e também pelo selo Rádio lançou o LP "Choros - Carioca e Sua Orquestra de Baile" interpretando clássicos do repertório do choro: "Um a zero", de Pixinguinha e Benedito Lacerda; "Paraquedista", de José Leocádio; "Um passeio à tarde", de sua autoria; "Murmurando", de Fon-Fon; "Numa seresta", de Luis Americano; "Bem-te-vi atrevido", de Lina Pesce; "André de sapato novo", de André Victor Correia; "O xameguinho dela", de Porfírio Costa; "Fica entre nós", de Geraldo Medeiros, e "Sonoroso", de K-Ximbinho. Ainda em 1958, e também pelo selo Rádio, lançou um terceiro LP, este destinado ao repertório carnavalesco intitulado "O carnaval que eu brinquei - Carioca e Sua Orquestra" e que incluiu as marchas carnavalescas "Marchinha do grande galo", de Lamartine Babo e Paulo Barbosa; "Lourinha lourinha", de João de Barro; "Allah-la-ô", de Haroldo Lobo e Antônio Nássara;  "Meu consolo é você", de Antônio Nássara e Roberto Martins; "O bonde de São Januário", de Ataulfo Alves e Wilson Batista; "Cai cai", de Roberto Martins; "A casta Suzana", de Ary Barroso e Alcyr Pires Vermelho; "Querido Adão", de Benedito Lacerda e Osvaldo Santiago, e "Deixa a lua sossegada", de Alberto Ribeiro e João de Barro, além dos sambas "Vai haver barulho no chatô", de Noel Rosa e Walfrido Silva;  "Agora é cinza", de Alcebíades Barcelos, o "Bide" e Armando "Marçal", e "Despedida de Mangueira", de Benedito Lacerda e Aldo Cabral.  

Por essa época, gravou com sua orquestra pelo selo Repertório uma série de quatro sambas intitulados de "Ginga nº1", "Ginga nº2", "Ginga nº3" e "Ginga nº4", todas de sua autoria. Gravou também, pelo selo Doni os sambas "Ginga nº 5" e "Tereza me deixa", ambos de sua autoria. Ainda em 1958, participou de duas coletâneas pelo selo Repertório, "Apaixonadamente", com a música "Ginga das palmas", e "Bar de melodias", com a "Ginga Nº 2", ambas de sua autoria.

Contratado pela RCA Victor lançou em 1960, o LP "Clássicos no samba - Carioca e Sua Orquestra" no qual doze temas clássicos foram interpretados em ritmo de samba: "Num mercado persa", de Ketelbey; "Mon coeur s'ouvre à ta voix (De Sansão e Dalila)", de Saint-Saens; "Concerto em lá menor", de Grieg; "Concerto Nº 2", de Rachmaninoff; "Dança da fada açucarada (Da Suíte Quebra Nozes)", de Tchaikovsky; "Mattinata", de Leoncavallo; "Dança das horas (De "A Gioconda)", de Ponchielli; "Melodia em fá", de A. Rubinstein; "Andante cantabile" e "Concerto Nº 1", de Tchaikovsky; "Dança Húngara Nº 5", de Brahms, e "Narcissus", de E. Nevin.

Em 1961, lançou pelo selo Musidisc o LP "Sambas em brasa - Carioca e Sua Orquestra de Metais", disco que seria relançado em 1971, pela gravadora Continental, e que incluiu os sambas "Samba em brasa" e "Ginga Nº 7", de sua autoria; "Mulata assanhada", de Ataulfo Alves; "Nunca mais" e "Parti", de Ed Lincoln e Silvio César; "Amanhã eu vou" e "História", de Nilo Sergio; "Três horas da manhã", de J. Robledo; "O barquinho", de Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli; "Samba toff", de Orlann Divo e Roberto Jorge; "Pergunte ao João", de Helena Silvia e Milton Costa, e "Ondas do Danúbio", de Ivanovici. Por essa mesma época, lançou o LP "Dance... Dance... Dance... - Carioca Swings - The Delphin Jr. Orchestra Plays", pelo selo Imperial/Odeon, onde utilizando pseudônimo gravou clássicos norte americanos como "Blue moon", de R. Rodgers e L. Hart; "Sentimental jourbey", de Broen e Homer; "All the way", de S. Canh e J. Van Heusen; "Love me or leave me", de W. Donaldson e G. Kahn; "Love is a many splendored thing", de S. Faln e Paul Francis Webster, "Night and day", de Cole Porter, e "Summertime", de George Gershwin e D. Heyward, entre outros.

Por volta de 1962, passou a atuar na Rádio Mayrink Veiga. Atuou ainda na Rádio Clube do Brasil. Também atuou nas TVs Tupi e Excelsior. Ainda em 1962, lançou o LP "Chá-chá-chá explosivo - Carioca and His Cuban Percussion Orchestra", disco no qual interpretou em ritmo de chá chá chá, coqueluche da época, sucessos daquele momento como "O terceiro homem", de A. Karas e W. Lord; "Limelight", de Charles Chaplin; "Stranger in paradise", de R. Wright e G. Forrest; "Las secretárias", de P. Luis; "Temptation", de N. H. Brown e A. Freed; "Mona Lisa", de Jay Livingston e R. Evans; "El Bodeguero", de E. R. Egues; "Me lo dijo Adela", de O. Portal; "Again", de L. Newman e D. Cochran; "Rum and Coca-cola", de M. Amsterdan; "Chá-chá-chá Nº 5", de J. Loco, e "Alexander's Ragtime Band", de Irving Berlin.

Em 1963, gravou pelo selo Imperial/Odeon o LP "Samba... Ôba! - Orquestra Regida por Carioca" no qual foram interpretados os sambas "A felicidade", de Tom Jobim e Vinicius de Moraes; "Chora cavaquinho", de Dunga; "Aquarela do Brasil", de Ary Barroso; "Agora é cinza", de Alcebíades Barcelos "Bide" e Armando "Marçal"; "O orvalho vem caindo", de Noel Rosa e Kid Pepe; "Se acaso você chegasse", de  Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins; "Boato", de João Roberto Kelly; "Cheiro de saudade", de Djalma Ferreira e Luis Antônio; "Samba de uma nota só", de Tom Jobim e Newton Mendonça; "Nega", de Waldemar Gomes e Afonso Teixeira; "Desafinado", de Tom Jobim e Newton Mendonça, e "Não tenho lágrimas", de Max Bulhões e Milton de Oliveira.

No mesmo ano, gravou com sua orquestra o LP "Bossa nova on fire - Carioca And His Orchestra" com as músicas "Ginga Nº 7" e "Samba em brasa", de sua autoria; "Nunca mais" e " Parti", de Ed Lincoln e Silvio César; "O barquinho", de Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli; "História" e "Amanhã eu vou", de Nilo Sergio; "Pergunte ao João", de Helena Silvia e Milton Costa; "Samba toff", de Orlann Divo e Roberto Jorge, e "Mulata assanhada", de Ataulfo Alves. Em 1964, lançou pela RGE o LP "Maestro Carioca & Orquestra Guanabara - Rio Quatrocentão" com composições alusivas à cidade do Rio de Janeiro então comemorando seu quarto centenário de fundação.

Fizeram parte desse disco as composições "Cidade Maravilhosa", de André Filho; "Copacabana", de João de Barro e Alberto Ribeiro; "Rio eterna capital" e "Rio quatrocentão", de Raul Sampaio e Benil Santos; "Rio de Janeiro quatrocentão" e "Samba do IV centenário", de Claribalte Passos; "Valsa de uma cidade", de Ismael Netto e Antônio Maria; "Morro de Santa Tereza", de Herivelto Martins; "Noites cariocas", de Osvaldo Borba e N. Vanderley; "Rio", de Ary Barroso; "Rio antigo", de Altamiro Carrilho, e "Menino do Rio", de Orlann Divo e Roberto Jorge.

Em 1969, gravou pelo selo Equipe o LP "A música dos 4 grandes e Maestro Carioca" disco feito em homenagem a Ary Barroso, Noel Rosa, Wilson Batista e Ataulfo Alves e que reuniu os clássicos "Na Baixa do Sapateiro"; "Folha morta", e " Morena boca de ouro", de Ary Barroso; "Atire a primeira pedra", com Mário Lago, "Na cadência do samba", com Paulo Gesta, e "Pai Joaquim da Angola", essas três de Ataulfo Alves; "Mundo de zinco", com Antônio Nássara; "Emília", com Haroldo Lobo, e "Lenço no pescoço", de Wilson Batista; e "Feitiço da Vila" e "Feitio de oração", com Vadico, e "Palpite infeliz", as três últimas de Noel Rosa.

Em 1974, teve a música "Voltei ao meu lugar" gravada por Raul de Barros no LP "Brasil, trombone", do selo Marcus Pereira. Em 1978, fez as orquestrações para o LP do conjunto Nosso Samba lançado naquele ano. Em 1983, fez os arranjos e regeu a orquestra no LP "O trombone de ouro", lançado por Raul de Barros, na gravadora CID, e que incluiu sua comosição "Ginga das palmas". Em 1988, fez os arranjos e a regência para as faixas "Cuidado com a inveja", de Martinho da Vila e Zé Catimba; "Manera Mané", de Beto Sem Braço, Serginho Meriti e Arlindo Cruz; "Jeito moleque", de Darcy do Nascimento e Dominguinhos do Estácio; "Feira do Acari", de Jorge Carioca, e "Se tivesse dó", de Zeca Pagodinho e Nelson Rufino, para o LP "Jeito moleque" lançado por Zeca Pagodinho pela Sony/BMG. Teve participação marcante na Rádio Nacional, além de ter atuado em outras Rádios como Tupi e Mayrink Veiga e Tvs como Tupi e Excelsior.

Gravou mais de quinze disco de 78 rpm e mais de dez LPs pelas gravadoras Odeon, Rádio e RGE. Um de seus trabalhos mais notáveis é ter tornado possível a criação das famosas calçadas musicais do Bairro de Vila Izabel, Rio de Janeiro, em homenagem ao poeta Noel Rosa.

 

Fonte: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.

 

Requiescat in pace, Maestro das Multidões!

 

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PROFº GILBERTO DA COSTA FERREIRA - HISTORIADOR, PESQUISADOR E ESCRITOR. 

cfgilberto@yahoo.com.br

 

 

 

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Agradecimentos | 23/04/2015
Lúcia, fico muito feliz pelas suas palavras, porém, imensamente feliz ainda, por saber que a neta daquele que foi um dos maiores maestros brasileiros, se interessa pelas honrarias e apreços ainda dedicados ao avô, pelo nosso povo. Suas composições, seus arranjos, suas interpretações e sua contribuição em prol de nossa cultura musical, pode ter certeza, já se tornaram perenes. Muito me honra receber seu comentário, bem como, solicito que estenda meus agradecimentos a todos da sua família. A cidade de Taubaté "Capital Nacional da Literatura Infantil", muito se orgulha de tê-lo como filho querido. Como historiador, pesquisador e escritor, sinto-me no dever de sempre propagar seu nome em todos os rincões de nosso país. Aos seus queridos filhos Ivanova (In Memoriam), Ivanovich (meu grande amigo e irmão mais velho) e Ivanizete, todo meu respeito e admiração. Meus agradecimentos mais uma vez e muitas felicidades a todos vocês.
Profº Gilberto da Costa Ferreira

Saudade | 05/10/2013
Muito lindo e que saudade nos dá esse lindo post sobre meu avô. Gostaria imensamente de agradeçê-lo por perpertuar um digno músico que tão pouco é lembrado. Fico orgulhosa que a cidade dele tenha sido a primeira a lembrar de quão ilustre ele foi e quanto ele representou para a música brasileira. Não tenho como agradecer. Meu nome é Lúcia Lucas - Filha de Ivanizete Paulo da Silva - Filha do MAESTRO CARIOCA e sobrinha do também MAESTRO IVAN PAULO (IVANOVICH). Lúcia Lucas
Lúcia Lucas


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